sábado, 24 de novembro de 2012

I wanna go



A coisa mais triste do mundo é a solidão. Não falo sobre a solidão de olhar a sua volta e não ter ninguém, como quando você fica sozinho em casa. Falo sobre a solidão da alma. Aquela que, por mais que você esteja rodeado de pessoas, sente-se só. Não por estar sentindo falta de alguém que você gostaria que estivesse lá, mas por realmente não sentir que existe alguém! 
Você sabe que tem amigos ao seu lado, que te amam. Mas você não sabe até que ponto eles estarão ao seu lado te amando. As pessoas tendem a ir embora. E deixam um vazio imenso quando se vão. 
O que eu sinto tem a ver com isso, mas também tem a ver com muitas outras coisas que eu não consigo entender direito. Acho que eu já fui "abandonada" tantas vezes, que não consigo acreditar que alguém possa ficar comigo pra sempre! 
Eu fico olhando as imagens que pego na internet e a maioria delas são imagens tão tristes! De uma tristeza tão sem solução! E isso dói. É incrivelmente doloroso não saber de onde vem sua dor, ou como consertá-la. Quando você sabe o motivo de qualquer coisa que seja, tudo fica mais fácil. Eu tenho um buraco no meu peito que dói, dói sem remédio, e parece ficar cada vez maior. 
Tenho pensado que ninguém é realmente digno do meu amor. O problema maior disso tudo, é que eu tenho amor demais no meu peito pra dar. Mas também quero receber. 
Olho para mim mesma e me vejo afundando. Afundando cada vez mais dentro de mim. Perdendo-me na minha própria alma e criando um amor próprio que eu jamais deveria deixar crescer tanto! Porque com um amor tão grande por mim mesma, só vai abafar qualquer amor que eu possa ter por outras pessoas. Sei que todo o sentimento que tenho guardado é suficiente pra mim e pra outras pessoas. Mas eu não vou me machucar comigo. Não vou me decepcionar. As pessoas, vão. Porque é isso que elas sempre fazem. Viram as costas e vão embora, no momento que você mais precisa que elas fiquem. 
O que eu sei agora sobre mim, é que eu tenho muito medo de me machucar de novo. Por isso, eu fujo de muitas coisas e de muitas pessoas. Acho que já sofri o suficiente pra uma vida inteira! Chega! Só quero conseguir ter felicidade em algum ínfimo momento da minha vida. Felicidade plena mesmo, sabe? Sem motivo nenhum pra reclamar de nada. Com todas as áreas da minha vida correndo bem. Idealizar e sonhar não custa nada. Mas machuca saber que nunca passará de sonho. E é assim minha vida... Sonhos atrás de sonhos que nunca se realizarão! 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

never!




I have to remember that every single day! 

sábado, 17 de novembro de 2012

Quem é você?



"Quem será que me chega
Na toca da noite
Vem nos braços de um sonho
Que eu não desvendei
Eu conheço o teu beijo,
Mas não vejo o teu rosto.
Quem será que eu amo
E ainda não encontrei
Que sorriso aberto
Ou olhar tão profundo.
Que disfarce será que usa
Pro resto do mundo.
Onde será que você mora
Em que língua me chama
Em que cena da vida
Haverá de comigo cruzar
Que saudade é essa
Do amor que eu não tive
Por que é que te sinto se nunca te vi
Será que são lembranças
De um tempo esquecido
Ou serão previsões
De te ver por aqui... então vem!
Me desvenda esse amor
Que me faz renascer.
Faz do sonho algo lindo
Que me faça viver.
Diz se fiz com os céus algum trato
Esclarece esse fato
E me faz compreender.
Esse beijo, esse abraço na imaginação
E descobre o que guardo pra ti
No meu coração
Mas deixa eu sonhar, deixa eu te ver.
Vem e me diz: quem é você.."

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mesmo sendo ariana...




"Dessa vez não vou evitar dizer o que está na minha cabeça só porque eu sei que minha mente geminiana vai negar no dia seguinte, não fugirei de palavras bonitas porque quem diz não é uma pessoa perfeita, não arrumarei mil defeitos pra brigar contra as novecentas e noventa e nove qualidades, não desviarei meus olhos por medo de ter minha mente lida, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de machucar, não serei chata por medo de você me achar legal, não vou desistir antes de começar, não vou evitar minha excentricidade, não vou me anular por sentir demais e logo depois não sentir nada, não vou me esconder em personagens, não vou contar minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida.
Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final.
Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos cafajeste, menos racional, menos eu. E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronta pro primeiro capítulo." (Caio Fernando Abreu)

Separação - Vinícius de Moraes



Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo. Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles. 
Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória. Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação. 
Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de seccionar aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce. 
Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas. 
De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...