quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Chienne

Na verdade, eu nunca quis ser santa. Na verdade, eu sempre tive uma certa admiração pelas garotas mais atiradas, mais "saidinhas". Admiro a ousadia que elas tem. Admiro o amor por elas mesmas que elas tem (pelo menos, as que eu conheço). Admiro a capacidade que elas tem de ir pra cama com uma pessoa que mal conhecem e não se importarem nem um pouco com ele. Admiro-as porque elas não se importam se algum dos homens vai ligar amanhã, ou se gostou absurdamente dela, ou qualquer neurose do tipo. E, ao mesmo tempo, quando conseguem se apaixonar, quase morrem de amor. O que é incrível, pra quem aparenta ter o sangue tão frio.
Na verdade, eu queria ser como elas. Eu queria ser uma vagabunda! Daquelas bem vadias que flertam com qualquer um, beijam, tocam, dormem, acordam.. com qualquer um que quiser. Queria conseguir não me importar se ele se importa. Queria poder agir como se não fosse nem um pouco especial, em nenhum sentido. Queria poder ter frieza na única 'área' que eu não tenho.
Não é que eu nunca tenha tentado. Eu já tentei, diversas vezes gostar disso, mas é o tipo da coisa que a gente admira nos outros, mas não consegue aplicar na nossa vida. É como uma pessoa super frágil que admira uma pessoa forte. É como uma pessoa tímida admira uma extrovertida. É como uma pessoa que fala demais admira uma calada. Não é algo que se possa mudar. Acho que esse tipo de coisa já nasce com a gente. Eu não consigo, não gosto de beijar, nem de me relacionar com pessoas que não são nada pra mim. Não tem graça, sabe?
Mas eu posso conseguir ter a frieza de uma vadia, mesmo sem ser uma. Tentar não custa nada.
Só sei que estou enjoada das coisas como estão e pretendo mudar. Meu lado insano tá sentindo uma falta imensa das minhas pequenas loucuras...